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Tem fim à vista o grave problema de fungos que afetou a Casa Museu Egas Moniz e que obrigou à realização de obras urgentes. A Câmara Municipal de Estarreja optou por uma intervenção significativa e complexa com o principal objetivo de eliminar a praga que surgiu no piso de madeira no rés-do-chão do edifício. Paralelamente, por administração direta, as alas de galeria (parte nova) da Casa Museu irão ser pintadas interiormente durante este mês.

Para o presidente da Câmara Municipal, “a importância deste património edificado e cultural impõe que o município faça um enorme esforço para, sozinho, inverter a degradação de décadas e responder a problemas novos”. No final deste ano, antecipa José Eduardo de Matos, “a casa estará renovada e melhorada, assumindo novos desafios expositivos e reforçando o seu caráter de museu do único Nobel português das ciências”.  
 
Orçada em 154.972,15€ (com IVA incluído), a empreitada obrigou ao encerramento da Casa Museu ao público e à retirada de todo o valioso mobiliário e peças expostas. Os trabalhos em curso vão repor o correto funcionamento da estrutura e dos restantes elementos construtivos que foram afetados pela presença do fungo de podridão seca Serpula Lacrymans. Por outro lado, pretende-se eliminar a origem de humidade do edifício, uma medida fundamental para o controlo e eliminação do fungo.
 
 
Projeto global de intervenção
 
Para combater a forte degradação, a Câmara Municipal avançou pela primeira vez com obras de conservação em 2008, num investimento de 200 mil €. A Casa Museu reabria em 2009, no 41º aniversário da sua inauguração. Uma obra de dignificação da única Casa Museu de Prémio Nobel em Portugal, referência maior do município e incontornável na região e em Portugal.
 
A autarquia está a desenvolver uma estratégia de intervenção para toda a Quinta do Marinheiro, onde a Casa Museu se insere, criando novos usos e dinamizando os espaços. Para além da reabilitação da Casa Museu, o projeto global incluiu a recuperação do Moinho de Meias, inaugurado em abril (notícia) a limpeza do Lago, a melhoria de acessibilidades (Rua Padre Solha beneficiada), a ligação ao projeto ambiental BioRia e a requalificação paisagística da Quinta do Marinheiro (notícia).
 
 
Edifício remonta ao séc. XVIII
 
Na "Casa do Marinheiro" nasceram os antepassados do Prémio Nobel da Medicina de 1949 e nela nasceu o Professor Egas Moniz. A edificação remonta ao século XVIII mas foi completamente reconstruída por Egas Moniz em 1915 com projeto do arquiteto Ernesto Korrodi, sob a direção do padre António Maria Pinho, tendo sido encarregue da decoração Álvaro Miranda da Granja.
 
Ampliou-a e enriqueceu-a, dando-lhe a feição que hoje apresenta e uma semelhança com as antigas casas solarengas do século XVIII. A 14 de Julho de 1968, a Casa Museu Egas Moniz era uma realidade. Encontra-se classificada como Imóvel de Interesse Público desde 1997.