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BioRia acolhe estudos científicos

segunda, 10 de fevereiro

O património natural de Estarreja serve de laboratório vivo da Universidade de Aveiro (UA). O imenso potencial da região continua a incentivar o seu estudo e conhecimento, sendo esta uma via para a conservação da biodiversidade existente indo de encontro aos objetivos do BioRia, projeto pioneiro de conservação da natureza e biodiversidade da Câmara Municipal de Estarreja, que neste milénio ousou “Virar o Concelho para a Ria”. A autarquia presta apoio à execução de projetos de investigação científica.

A atividade dos morcegos, dos anfíbios e dos micromamíferos e carnívoros em diferentes habitats da paisagem humanizada do Baixo Vouga Lagunar (BVL) e a dieta do Tartaranhão-ruivos-dos-pauis foram alvo de estudos científicos pelo Departamento de Biologia da UA, onde está inserida a Unidade de Vida Selvagem dentro da qual são lançados temas para estudos no BVL.

Sob orientação do Prof. Dr. Carlos Fonseca, coordenador da Unidade de Vida Selvagem do Departamento de Biologia da UA, e vários coorientadores da UA, as teses de mestrado da autoria dos estudantes Eduardo Mendes, Inês Torres, Michel Alves e Sara Marques foram resultado de dois anos de trabalho de campo no Baixo Vouga Lagunar, com especial ênfase nas zonas onde estão inseridos os Percursos BioRia, contribuindo para aprofundar o conhecimento do ecossistema sensível da Ria de Aveiro.

Estes estudos decorrem da parceria existente entre o Município de Estarreja e a UA. Na componente prática os alunos tiverem o apoio logístico da Câmara Municipal. De realçar que os quatro alunos tiverem a excelente nota de 19 valores, evidenciando a qualidade do trabalho realizado, que deu origem a vários artigos científicos publicados.

Atualmente estão a ser realizados estudos sobre insetos, relas e identificação molecular, pelos estudantes Daniela Maia, Rita Vale e Diana Ferreira, no âmbito de cursos de mestrado e de trabalhos de pesquisa.


Investigação originou Guia de Mamíferos

Lançado recentemente pela Câmara Municipal de Estarreja, o “Guia de Mamíferos do BioRia” recorreu a informações recolhidas por alguns destes estudos, comprovando o potencial da região nesta matéria. O guia marcou um ponto de viragem na inventariação das dezenas de espécies com morada permanente em Portugal e no Bioria.

Da autoria de Victor Bandeira, biólogo, Carlos Fonseca e de Alexandre Azevedo, médico-veterinário a trabalhar no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico, o guia mostra o BioRia como morada de dezenas de animais, contribuindo não apenas como apoio ao turista e visitante, mas sobretudo para colmatar uma falha ao nível das publicações sobre a fauna de mamíferos em Portugal.


Os temas dos estudos desenvolvidos:

- Fatores que afetam os padrões sazonais e espaciais de diversidade e atividade dos morcegos em diferentes habitats da paisagem humanizada do Baixo Vouga Lagunar (BVL), de Eduardo Mendes;

- Fatores que afetam os padrões sazonais e espaciais de diversidade e atividade de anfíbios em diferentes habitats da paisagem humanizada do BVL, de Inês Torres;

- Dieta do Tartaranhão-ruivos-dos-pauis (Cyrcus aeroginosus) e fatores espaciotemporais que afetam sua distribuição, de Michel Alves;

- Fatores afetam os padrões sazonais e espaciais de diversidade e atividade de micromamíferos e carnívoros em diferentes habitats da paisagem humanizada do BVL, de Sara Marques.

BioRia acolhe estudos científicos